O percurso pedestre “No trilho da Senhora da Consolação às Margens do Cávado” tem início na freguesia de Fornelos, paróquia que aparece identificada nas Inquirições de 1220 como “De Sancto Salvatore de Fornelos” sendo parte integrante da Terra de Faria. A designação “Fornelos” surge da palavra “Fornos”, diz-se que em alguns lugares desta freguesia foram encontradas várias telhas e tijolos, sendo assim associadas provavelmente a restos de fornos utilizados na cozedura de cerâmica. Os povos mais antigos desta freguesia estão documentados, arqueologicamente, a partir da Idade do Ferro, através do Castro do Alto da Devesa ou do Giestal. Existem ainda referências a uma pequena muralha e um fosso da “Época Castreja”. Inicia-se o percurso de pequena rota na curiosa Igreja Paroquial de Fornelos. Esta construção datada do século XII com base românica sofreu várias alterações ao longo dos tempos e apresenta atualmente uma arquitetura muito simples. No seu interior é possível verificar no “fecho do arco do cruzeiro” a data de 1675, uma das poucas referências que ainda resta da construção original. Do Largo da Igreja segue-se em direção ao cemitério de Fornelos pela Avenida de São Salvador, num trilho ladeado por campos agrícolas onde o som característico das profundidades do mundo rural se acentua a cada passo. Segue-se posteriormente pela Rua de Pedregal onde rapidamente se vislumbra um cruzeiro. O cruzeiro processional da Senhora da Consolação tem a inscrição 1889 e localiza-se já na freguesia de Vila Seca, neste largo também existe o café “Luís Casanova”. A freguesia de Vila Seca, durante as Inquirições de D. Afonso II de 1220, aparece designada como “De Sancto Jacobo de Villa Sicca” pertencendo a Terras de Faria. Faz fronteira com várias freguesias do concelho de Barcelos, a norte com Fornelos, a nascente com Gilmonde e Milhazes, a sul com as freguesias de Faria e Cristelo e ainda com Rio Tinto, esta já no concelho de Esposende. Segue-se pela Rua Nossa Senhora da Consolação passando pela emblemática “Padaria Doce da Consolação”, inaugurada em 1967 e conhecida um pouco por todo o Minho pela excelência dos doces de Romaria que fazem as delícias nas procissões de Passos e na Semana Santa da Páscoa. Poucos metros à frente, seguindo sempre as marcas do percurso pedestre, encontra-se o belíssimo escadório, ladeado por dois curiosos coretos e lá no alto a imponente Capela de Nossa Senhora da Consolação, ainda na freguesia de Vila Seca. Esta capela datada de 1928 tem a sua peregrinação em meados de agosto. Este local situa-se numa curiosa elevação do terreno, fazendo da envolvente da capela um curioso miradouro, possibilitando ver as freguesias vizinhas, o cimo do Monte da Franqueira, o Sameiro e o Bom Jesus em Braga e até o mar, no concelho vizinho de Esposende. No adro da capela foram encontrados vestígios de “tegulae” ou telhas, pensando-se serem oriundos de uma pequena civilização romana existente nas imediações. No sopé do escadório encontra-se um cruzeiro datado de 1889, mas pensa-se que o mesmo seja mais antigo. Uma curiosidade bastante peculiar é o facto de os coretos existentes na base do escadório, um pertencer à freguesia de Fornelos e outro à freguesia de Vila Seca.